O Avestruz começou a ser criado na África do Sul, na metade do século passado, para produção de plumas. Era uma criação extensiva, os animais não eram abatidos, as plumas eram cortadas dias vezes por ano e exportadas para a Europa e Estados Unidos. O animal foi introduzido na Austrália no século passado para exploração comercial. A criação foi abandonada no início deste século, os animais ficaram soltos e se tornaram selvagens.
No início do século XX (com a I e II Guerra Mundiais e a quebra da bolsa dos EUA) houve um colapso do mercado de plumas; por alguns anos a criação de avestruzes ficou desprovida de interesse econômico. Na década de 60 começou a desenvolver-se novamente graças a valorizações de outros produtos do animal: a carne e o couro.
Atualmente a África do Sul tem o maior plantel no mundo, por ser o avestruz originário dessa região e por ser este o pais que primeiro iniciou a criação comercial há cerca de 100-150 anos. O segundo maior plantel está nos Estados Unidos, mas também a Austrália, Israel, Canadá e outros países têm um número considerável de animais.
Distribuição geográfica e diferentes raças
O avestruz é originário da África (Namíbia, Botswana, África do Sul).
Comercialmente se definem 3 raças de "avestruz": black nec (ou pescoço preto), red nec (pescoço vermelho) e blue nec (pescoço azul). Esta classificação se baseia na coloração de pele dos adultos. Na verdade todos apresentam a mesma coloração das plumas ( machos pretos e fêmeas cinza). O avestruz black nec ( também conhecido como African black) é na verdade um animal domesticado, fruta da seleção enpírica feita pelos sul-africanos ao longo dos últimos 150 anos.
Os animais foram selecionados em base a certas características produtivas:
Maior fertilidade e precocidade (maior número de ovos, início da postura mais cedo);
Docilidade (manejo mais simples);
Alta densidade de plumas.
As "raças" red e blue nec são de maior porte, mas iniciam a postura mais tarde e são agerssivas. Hoje não se pode dizer que uma raça seja melhor do que a outra: nos EUA, os criadores de Red e Blue Nec denigrem o African black e os criadores do African black denigrem os "coloridos"... Há muito trabalho a ser feito em termos de melhoramento genético cruzando as diferentes raças.
Classificação
Podemos incluir o avestruz no grupo das ratitas, aves corredoras de grande porte (como a Ema, o Meu e o Casuar). O termo "ratitas" vem do latim, significando "jangada". O esterno dessas aves é plano, desprovido de carena, ao contrário das aves voadoras. A carena, nas aves voadoras, é sede de inserção dos potentes músculos peitorais.
O avestruz, não é uma ave voadora, logo, não tem peitorais desenvolvidos como um pato ou uma galinha. Deste fato decorre uma importante peculiaridade produtiva do avestruz: a maior quantidade de carne produzida não estará no peito mas nas coxas, já que se trata de animal corredor.
No grupo da ratitas temos
O avestruz (Struthio camelus australis), originário da África do Sul;
A ema, encontrada na América do Sul ( Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai);
O casuar, natural da Nova Guiné;
O meu australiano.
Características
Grande porte, alcançando quando adulto de 2 a 2,5 m de altura e de 100 a 150Kg de peso;
Temperatura corpórea 38-39 Cº (é uma temperatura baixa para ave, a galinha por exemplo, tem um temperatura corpórea em torno de 40-41 Cº);
Aparelho digestivo semelhante ao de ruminantes (sem papo, 2 estômagos, 2 cecos e intestinos longos, digestão bacteriana);
Asas rudimentares, não voam;
Animal corredor (atingindo até 60Km/h);
Pernas longas;
Vida longa (50 a 70 anos de vida), contando de 20 a 40 anos de vida reprodutiva;
Início da vida reprodutiva com 2-3 anos; há, contudo, relatos de avestruzes criados em zoológicos no Brasil que iniciaram a postura com 18 meses;
Dimorfismo sexual marcado: nos adultos o macho é preto com as pontas das asas brancas e a fêmea é cinza, tal diferença só a partir de 1 ano e meio de idade;
O pé tem dois dedos, dos quais apenas um com unha.
Ambiente
Originário das regiões semi-áridas, planas (savana africana), na altura do Trópico de Capricórnio;
Tem uma ótima capacidade de adaptação (criado com sucesso no Canadá, Estados Unidos Europa, Israel) suportando altas e baixas temperaturas.
Comportamento
No estado selvagem
Vive em bandos separados de machos e fêmeas.
Durante a temporada reprodutiva os machos formam haréns em que há uma fêmea dominante.
A fêmea choca os ovos durante o dia e o macho durante a noite.
Em cativeiro
O manejo pode reproduzir organização no estado selvagem, com o macho sendo posto num piquete com uma ou mais fêmeas. Contudo uma das fêmeas será predominante, ou seja, será mais coberta pelo macho. As outras fêmeas serão menos cobertas e conseqüentemente botarão menos ovos fecundados (que não gerarão filhotes).
Por este motivo não convém por muitas fêmeas para um só macho; em geral nos criatórios comerciais os animais são postos em piquetes formando casais ou no máximo trios (um macho e uma fêmea ou 2 fêmeas).
Produtos
Plumas
Produto muito conhecido no Brasil, mas utilizado desde a antigüidade. O maior produtor é a África do Sul, o mercado consumidor está na Europa, Ásia e Américas, sendo o Brasil um dos maiores consumidores, principalmente no carnaval para adornos e fantasias) e para fazer espanadores. As plumas do avestruz são classificadas cm vários tipos (as mais curtas usa—as nos espanadores, as mais bonitas e longas usadas nos adornos), com valor variando de USS 27 a USS 160/Kg,. No Brasil temos um mercado seguro para as plumas, mas este não é o produto mais interessante do avestruz.
Carne
É o produto que está dando maior impulso à criação comercial de avestruzes atualmente. Apesar de ter sido consumida e apreciada desde a antigüidade, a carne hoje está sendo redescoberta por ser semelhante à carne de bovinos em termos de aspecto, sabor e textura, mas com a vantagem de ter baixos teores de colesterol e gorduras (sua composição é semelhante a carnes brancas como frango ou peru). Esta característica da carne se deve à distribuição das gorduras no organismo do animal: estas se localizam em volta do estômago e sob a pele, propiciando cortes de carne magra e couro extremamente macio.
Atualmente o maior mercado consumidor está nos Estados Unidos e Europa. A Suíça por exemplo importa 200-300 toneladas por ano de carne de avestruz. No Brasil existe um grande interesse por carnes exóticas, e a carne de avestruz inicialmente se introduziria neste setor.
Couro
É um outro produto muito interessante que vem encontrando grande aceitação no mercado internacional. Cada animal irá produzir de 1,2 a 1,5 m2 de couro de fácil extração e curtimento, que aceita bem várias colorações e é naturalmente decorado por causa dos orifícios dos cálamos. O valor europeu do couro é de cerca de USS 200 a USS 300 por peça de couro cru e de USS 500 a USS 600 pelo couro tratado.
Ovos
Pesam de 1.200 a 1800g. O seu sabor é muito semelhante ao ovo de galinha. Hoje não se consome porque fará nascer um pintinho que vale muito mais.
Produtividade
O avestruz alcança o peso de abate (100 a 120 Kg) por volta de 12 meses de idade, produzindo em média de 30 a 40Kg de carne: 15Kg de carne de primeira, ou seja, de pedaços mais inteiros (tipo filé) e 15Kg de carne de segunda, assim chamada não por tratar-se de carne de menor qualidade em termos de composição ou maciez, mas, porque vem mais picadinha, sendo ideal para a preparação de pratos tipo strogonoff ou hamburgers.
Nos Estados Unidos um animal abatido com 100-120Kg rende cerca de USS 400 pela carne, USS 250 pelo couro e USS 100 pelas plumas, totalizando USS 750.
O rendimento por animal abatido é proporcionalmente baixo (30% do peso vivo) se comparado com o rendimento de bovinos, mas este fato é largamente compensa—o pela grande produção anual de filhotes. Enquanto uma vaca produz um bezerro por ano, que vai para o abate com 2 ou 3 anos, uma fêmea de avestruz produz em média 30 filhotes por ano, fornecendo de 800 a 1200Kg de carne por fêmea/ano.
Estes são os motivos que justificam o enorme sucesso que está encontrando a criação comercial de avestruzes em outros países: trata-se de um animal que gera em quantidade produtos de primeira qualidade com baixos custos de produção, já que não requer muitas construções ou estruturas.
Cria: de 0 a 3 meses
lnstalações, manejo e alimentação:
. Mantê-los abrigados à noite ou quando chove, em galpão coberto, de pelo menos 20 m2 (6-10m2/animal);
. Aquecidos com campânulas a gás se a temperatura é inferior a 20ºC;
. Piquete ao ar livre de 50 m2 para 4-6 animais.
. Jejum nos primeiros 2 a 5 dias;
. Ração com 22% de proteína
. Introduzir pasto aos poucos a partir do 1º mês.
Patologias
Um avestruzinho saudável está sempre em movimento, ciscando no chão, andando, correndo em grupo com a cabeça bem alta. Se um animal fica parado (em pé ou sentado), anda com a cabeça baixa, se isola do grupo e fica piando, provavelmente está doente. Apresentamos a seguir os problemas mais comuns enfrentados nesta fase de desenvolvimento e algumas sugestões de tratamento. a mortalidade nesta fase é em tomo de 30%.
Manejo e alimentação adequados podem melhorar os resultados produtivos, mas poucos criatórios, no mundo todo, conseguem taxas de mortalidade inferiores a 20%.
Incompleta absorção do saco vitelino
Com conseqüente infecção e morte do animal - é um dos maiores problemas encontrados nos primeiros 15 dias de vida.
Deformidades nas patas
Decorrentes do intenso período de crescimento dos filhotes; temos rotação de dedos, perna ou coxa, ou deformidades nos ossos ou articulações. A solução é difícil: a colocação de talas, cirurgia ou o uso de suplementos minerais não reverte uma deformidade já instalada.
Entorses, deslocamentos, traumatismos
Massagear a parte afetada com Calminex pomada.
Apatia, anda com a cabeça baixa
Antibiótico terapia + soro.
Diarréia (fezes muito moles, misturadas com a urina)
Se o animal está bem, ativo, pode ser excesso de grama => diminua a quantidade de grama.
Se o animal está apático, de cabeça baixa: antibiótico terapia + soro
Texto pesquisado na Internet
Fotos copiadas da Web para ilustração
Nenhum comentário:
Postar um comentário
POSTE AQUI UMA MENSAGEM.